Em uma audiência pública realizada no início do ano com o Ministério Público e a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), a servidora Carla Francisca Magalhães, atuante no setor de Farmácia do Hospital Walfredo Gurgel com atribuição de Chefe, participou do momento condicionado entre os órgãos, onde expôs a carência de medicamentos nessa unidade hospitalar. De acordo com o Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (Sindsaúde), a denúncia feita pela servidora pode ter refletido em sua exoneração de cargo, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 6 de fevereiro.
Conforme disposto no DOE, o secretário de Estado de Saúde, Isaú Gerino Vilela, no uso de suas atribuições legais, resolve “dispensar a servidora CARLA FRANCISCA DO REGO MAGALHÃES, matrícula nº 1517880, da Função Gratificada de Saúde Pública – FGSP 1, com atribuições de Chefe de Divisão de Farmácia no complexo hospitalar Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel / Pronto Socorro Dr. Clóvis Sarinho, nesta capital, unidade assistencial integrante desta Secretaria”. Na mesma portaria, a função exercida por Carla foi atribuída à servidora Maria José de Souza Pieretti, de matrícula nº 152803-3.
Em nota enviada à imprensa, o Sindsaúde acusa o Governo do Estado por ser “autoritário e intransigente” ao lidar com a situação apresentada. “O Governo Rosalba mais uma vez mostra sua face autoritária e intransigente exonerando um servidor que ousou dizer a verdade sobre o caos da saúde pública”, diz a nota.
Ainda de acordo com o sindicato, além da exoneração, a servidora está sendo ameaçada de transferência da unidade. O Jornal de Hoje tentou contato com a servidora, mas não a encontrou no Hospital. Entretanto, funcionários garantiram que ela ainda está trabalhando na unidade.
“A gente está tentando se prevenir, pois o governo quer transferir ela do Hospital. Vamos nos mobilizar para que isso não aconteça. Desde a divulgação do vídeo feito pelo médico Jeancarlo Cavalcanti, denunciando a falta de fio de aço, que Carla vinha sendo ameaçada de perder o cargo e isso se confirmou agora”, afirmou Sônia Godeiro, presidente do Sindsaúde.
O problema de falta de insumos no Walfredo Gurgel vem sendo anunciado frequentemente. “Um exemplo clássico ocorreu nesta quarta-feira (6) quando uma paciente da UTI precisou de um medicamento chamado polimixina. Cada ampola custa R$ 80. A família da paciente, bastante pobre, conseguiu comprar 10 ampolas que dariam para quatro dias de tratamento, sendo que para conseguir reverter o quadro da doença são precisos 15 dias de tratamento. Como ficarão os outros 11 dias de tratamento dessa paciente?”, reflete Sônia Godeiro.
A reporagem de O Jornal de Hoje tentou entrar em contato com o secretário de estado da Saúde, Isaú Gerino, para saber o motivo da dispensa da função da servidora, mas ele não atendeu, nem retornou às ligações.
Portal: JH
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