Pousada Aconchego

sábado, 28 de agosto de 2021

Os medalhistas do Brasil na Paralimpíada de Tóquio

Patrícia, Daniel, Joana e Talisson no pódio com a medalha de bronze.MARKO DJURICA / REUTERS

Daniel Dias, Joana Neves, Patrícia Pereira e Talisson Glock, bronze no revezamento 4x50m livre misto - A natação deu a primeira medalha coletiva ao Brasil no revezamento 4x50m livre misto. Nesta categoria, a soma dos números das categorias do atleta tem que ser igual ou menor que 20. Por isso, a equipe competiu com Patrícia (S4), Daniel (S5), Joana (S5) e Talisson (S6), nesta ordem. Os brasileiros fecharam em terceiro com uma ótima recuperação no final, terminando sete centésimos a frente da Ucrânia. O ouro ficou com a China, que quebrou o recorde mundial, e a prata com a Itália.

Russell, Pikalova e Maria Carolina Santiago no pódio.
Russell, Pikalova e Maria Carolina Santiago no pódio.MARKO DJURICA / REUTERS

Maria Carolina Santiago, bronze nos 100m costas S12 - A primeira medalha individual da natação feminina em Tóquio veio pelas braçadas da pernambucana Maria Carolina Santiago, de 36 anos. Ela marcou 1min09s18 nos 100m costas da classe S12, para deficientes visuais. Ficou atrás da britânica Hannah Russell (1min08s44) e da russa Daria Pikalova (1min08s76). Santiago competia na natação convencional até 2018, quando teve a visão reduzida por uma alteração congênita.

Gabriel Bandeira, Ana Karolina Soares de Oliveira, Beatriz Borges Carneiro e Felipe Vila Real, medalhistas de bronze no revezamento.
Gabriel Bandeira, Ana Karolina Soares de Oliveira, Beatriz Borges Carneiro e Felipe Vila Real, medalhistas de bronze no revezamento.MARKO DJURICA / REUTERS

Gabriel Bandeira, Ana Karolina Oliveira, Debora Carneiro e Felipe Vila, bronze no 4x100m livre misto S14 - O grupo de nadadores brasileiros garantiram ao Brasil a 10ª medalha da natação, ao marcarem 3min51s23 na piscina neste sábado. Eles ficaram, inicialmente, em quarto lugar, mas levaram o bronze com a desqualificação dos russos.

Tênis de Mesa

Atleta Cátia Oliveira na semifinal da classe 1-2 do tênis de mesa.
Atleta Cátia Oliveira na semifinal da classe 1-2 do tênis de mesa.ROGÉRIO CAPELA / CPB

Cátia Oliveira, bronze pela classe 2 do tênis de mesa (para atletas em cadeiras de roda) - A paulista de Cerqueira César conquistou o bronze após uma acirrada disputa na qual a sul-coreana Seo Su Yeon, atual campeã mundial e vice-campeã paralímpica, saiu vencedora por 3 sets a 1. “Eu tentei levar este ouro para o Brasil, mas estou muito feliz com o bronze. Em nenhum momento, fiquei com medo de perder. Vim para Tóquio e representei o meu país. Esta medalha é de todos”. A mesatenista brasileira perdeu os movimentos das pernas em 2007, quando sonhava em representar o Brasil no futebol. No tênis de mesa, garantiu sua primeira medalha paralímpica.

Esgrima em cadeira de rodas

A esgrima só é disputada em cadeira de rodas na Paralimpíada. Os atletas são divididos em três classes: A, B e C. O critério é a mobilidade do atleta, especialmente do tronco. Quem compete na classe A tem mais dificuldade, enquanto quem está na C tem a mobilidade menos comprometida.

Guissone comemora vitória na esgrima em Tóquio.
Guissone comemora vitória na esgrima em Tóquio.TAKUMA MATSUSHITA/CPB

Jovane Guissoni, medalha de prata na classe B - Gaúcho de Barros Cassal, Jovane Guissoni conquistou a medalha de prata na classe B da esgrima em cadeira de rodas no segundo dia de competição. Na campanha pela prata, foram oito lutas e apenas duas derrotas, uma delas para o vencedor Alexander Kuzyokov, do Comitê Paralímpico Russo. Guissoni é vice-líder do ranking mundial e foi campeão paralímpico em 2012. “Meu objetivo era trabalhar bastante para chegar aqui em Tóquio, fazer o meu melhor e garantir uma medalha para o Brasil. Feliz, jogando solto e colocando em prática tudo aquilo que treinei”, comemorou o brasileiro.

Hipismo

No hipismo, os atletas são divididos em cinco graus. O grau 1 é para quem tem comprometimento severo nos quatro membros; grau 2 para cadeirantes com boa funcionalidade dos braços, comprometimento unilateral severo ou cegos; grau 3 para comprometimento unilateral, moderado nos quatro membros, severo nos braços ou deficiência visual severa; grau 4 para comprometimento leve em um ou dois membros, ou deficiência visual moderada; e grau 5 para comprometimento leve em um ou dois membros ou deficiência visual leve.

Rodolpho Riskalla conquistou a primeira medalha da história do adestramento paralímpico brasileiro.
Rodolpho Riskalla conquistou a primeira medalha da história do adestramento paralímpico brasileiro.WANDER ROBERTO/CPB

Rodolpho Riskalla, medalha de prata no adestramento grau 3 - O paulista Rodolpho Riskalla trouxe uma medalha inédita para o adestramento paralímpico brasileiro. No segundo dia de Tóquio 2020, ele montou o cavalo Don Henrico e teve 74,659% de aproveitamento em sua apresentação. O ouro ficou com o conjunto holandês Voets/Demantur N.O.P (76,585%) e o bronze com a belga Clayes/San Dior (72.853%).

Atletismo

Recheado de provas, o atletismo é o carro-chefe do Brasil nas Paralimpíadas. É o esporte onde o país tradicionalmente mais conquistas medalhas, e em Tóquio não está sendo diferente. O esporte é dividido entre provas de pista (que usam nas classes funcionais a sigla com T, de track) e de campo (que usam a letra F, de field).

Na pista, as provas T11 a T13 são com deficientes visuais; T20 para deficientes intelectuais; T31 a T38 para paralisados cerebrais; T40 e T41 para baixa estatura; T42 a T44 para deficientes de membro inferior que não utilizam prótese; T45 a T47 para deficiências no membro superior; T51 a T54 para quem compete em cadeira de rodas; e T61 a T64 para amputados de membro inferior que utilizam prótese.

O campo segue uma lógica parecida: F11 a F13 para deficientes visuais; F20 para deficientes intelectuais; F31 a F38 para paralisados cerebrais; F40 e F41 para baixa estatura; F42 a F44 para deficientes de membro inferior; F45 e F46 para deficiências nos membros superiores; F51 a F57 competem em cadeira de rodas; e F61 a F64 para quem compete com prótese no lugar de membro inferior amputado.

Yeltsin Jacques, à direita, ao lado do atleta-guia Laurindo Nunes Neto.
Yeltsin Jacques, à direita, ao lado do atleta-guia Laurindo Nunes Neto.ALE CABRAL/CPB

Yeltsin Jacques, medalha de ouro nos 5.000m T11 - A primeira prova do atletismo paralímpico valendo medalha nessa Paralimpíada já teve brasileiro subindo ao lugar mais alto do pódio. Com uma ultrapassagem espetacular na última curva, o sul-matogrossense Yeltsin Jacques, de 30 anos, levou o ouro com o tempo de 15min13s62. Sua estratégia vencedora teve a utilização de dois atletas-guia durante a prova para deficientes visuais, Laurindo Nunes Neto e Carlos Antônio dos Santos. Os japoneses Kenya Karasawa, com 15min18s12, e Shinya Wada, com 15min21s03, ficaram com a prata e o bronze, respectivamente.

Silvânia comemora o ouro com seus guias.
Silvânia comemora o ouro com seus guias.KAZUHIRO NOGI / AFP

Silvânia Costa, medalha de ouro no salto em distância T11 - A segunda final do primeiro dia de atletismo também terminou com o hino nacional brasileiro. A mineira Silvânia Costa, de 34 anos, garantiu o bicampeonato paralímpico no salto em distância da classe T11, para deficientes visuais. E foi com emoção: Costa, que foi ouro na Rio 2016 enquanto estava grávida, queimou as duas primeiras tentativas e foi mal nas duas seguintes. Apenas no quinto e penúltimo salto, a brasileira cravou 5,00 metros no salto, que lhe deu o primeiro lugar. A uzbeque Asila Mirzayorova (4m91) ficou com a prata e a ucraniana Yuliia Pavlenko (4m86) levou o bronze.

Petrúcio posa ao lado do novo recorde paralímpico.
Petrúcio posa ao lado do novo recorde paralímpico.WANDER ROBERTO/CPB

Petrúcio Ferreira, medalha de ouro nos 100m rasos T47 - O raio vindo de São José do Brejo do Cruz, da Paraíba, caiu em Tóquio. Petrúcio Ferreira foi bicampeão paralímpico nos 100m rasos da classe T47, para amputados do membro superior, aos 24 anos. O homem que detém o título de mais veloz do atletismo paralímpico venceu sua prova com um novo recorde da competição, com 10s53. Michel Derus, da Polônia, fez 10s61 e levou a prata. O brasileiro Washington Júnior fechou o pódio com 10s68.

Wallace arremessou para a medalha de ouro e o recorde mundial.
Wallace arremessou para a medalha de ouro e o recorde mundial.WANDER ROBERTO/CPB

Wallace Santos, medalha de ouro no arremesso de peso F55 - O quarto ouro no primeiro dia do atletismo veio pelas mãos do carioca Wallace Santos, de 37 anos, e com direito a recorde mundial. O brasileiro arremessou para 12m63 em sua última tentativa e alcançou a melhor marca da história da modalidade. Aí foi só esperar a vez dos adversários, que não chegaram perto. Ruzhdi Ruzhdi da Bulgária levou a prata com 12m19 e o polonês Lech Stoltman (12m15) completou o pódio.

Washington foi bronze na mesma prova que Petrúcio venceu.
Washington foi bronze na mesma prova que Petrúcio venceu.ALE CABRAL/CPB

Washington Júnior, bronze nos 100m rasos T47 - A primeira dobradinha brasileira na Paralimpíada aconteceu não só graças a Petrúcio, mas também a Washington Júnior, que fechou a prova vencida pelo colega em terceiro lugar com o tempo de 10s68. O carioca de 24 anos, que foi vice-campeão mundial em 2019, estreou em finais paralímpicas com a melhor largada entre os competidores, e acabou ultrapassado apenas pelo bicampeão Petrúcio Ferreira (10s53) e pelo polonês Michel Derus (10s61).

João Victor foi bronze no arremesso de peso.
João Victor foi bronze no arremesso de peso.ALE CABRAL/CPB

João Victor Teixeira, bronze no arremesso de peso F37 - Carioca de 27 anos, João Victor Teixeira arremessou para 14m45 e levou o bronze na categoria para atletas com paralisia cerebral. Ouro para o russo Albert Khinchagov, com 15m78 e prata para o tunisiano Ahmed Ben Moslah, com 14m50.

Thalita Simplício abraça o guia Felipe Veloso da Silva depois de conquistarem a prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
Thalita Simplício abraça o guia Felipe Veloso da Silva depois de conquistarem a prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.IVAN ALVARADO / REUTERS

Thalita Simplício, a prata nos 400m da classe T11. - A atleta de 24 anos, natural de Natal (Rio Grande do Norte), conquistou uma medalha de prata para o Brasil na classe T11 (para deficientes visuais) dos 400m, fechou a final com o tempo de 56s80, fazendo o seu melhor tempo na carreira. Ela chegou 55 centésimos atrás da chinesa Cuiqing Liu (56s25), que bateu o recorde paralímpico. A potiguar nasceu com glaucoma e tornou-se totalmente cega aos 12 anos. Aos 15 anos que começou a praticar atletismo. Esta foi a segunda medalha da potiguar em Jogos Paralímpicos ―ela também foi prata nos Jogos Rio 2016 (revezamento 4x100m). 

A atleta Julyana Cristina da Silva, medalha de bronze no arremesso de disco.
A atleta Julyana Cristina da Silva, medalha de bronze no arremesso de disco.WANDER ROBERTO/CPB

Julyana da Silva, medalha de bronze no lançamento de disco na classe F57 - A carioca Julyana da Silva, 26 anos, conquistou o bronze no lançamento de disco F57 (classe para cadeirantes), ao marcar 30,49m no arremesso. Ficou atrás somente da uzbeque Mokhigul Khamdamova, com 31,46m; e da argelina Nassima Saifi, com 30,81m. A atleta, que nasceu com uma má formação congênita na perna direita (que teve de ser amputada, e começou a competir aos 16 anos. Na mesma prova, Tuany Siqueira ficou na 11ª posição (21m30).

O medalhista Cícero Nobre, que conquistou a prata no lançamento de Dardo.
O medalhista Cícero Nobre, que conquistou a prata no lançamento de Dardo.WANDER ROBERTO/CPB

Cícero Nobre, medalha de bronze no lançamento de dardo da classe F5 - O atleta bateu um recorde paralímpico neste sábado e garantiu o pódio, mas acabou sem a prata e o ouro após os adversários azeri Hamed Heidari e do iraniano Amanolah Papi também quebrarem recordes paralímpicos na classe F5 do lançamento de dardo (para atletas com comprometimento nos membros inferiores). O bronze na Tóquio 2020 é a primeira medalha paralímpica de Cícero Nobre.

Judô

A judoca Lúcia Araújo, que conquistou um bronze na categoria 57Kg para atletas com deficiência visual nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.
A judoca Lúcia Araújo, que conquistou um bronze na categoria 57Kg para atletas com deficiência visual nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.TAKUMA MATSUSHITA/CPB.

Lúcia Araújo, bronze na categoria até 57kg - A paulistana de 40 anos garantiu mais uma medalha para o Brasil neste sábado, ao vencer por ippon a russa Natalia Ovchinnikova na categoria para judocas com deficiência visual. É a terceira medalha paralímpica da atleta, que foi medalha de prata na Rio 2016 e Londres 2012.

EL PAÍS

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.

Post Top Ad

Páginas