Pousada Aconchego

terça-feira, 28 de julho de 2020

Nasa vai enviar balão do tamanho de um campo de futebol ao espaço


Nasa/KSC


A Nasa planeja enviar um balão enorme para os confins da estratosfera terrestre na busca dos segredos de como estrelas e planetas são formados. A missão Asthros da agência espacial vai partir da Antártida em dezembro de 2023 e passar três meses na seção da atmosfera onde fica a camada de ozônio. Um dos componentes é um balão do tamanho de um campo de futebol e um telescópio de infravermelho longo especializado, projetado para detectar luz imperceptível ao olho humano. 

Engenheiros do Laboratório de Propulsão de Jatos da Nasa vão começar os testes no próximo mês. Enquanto aguardamos o lançamento, aqui está o que você precisa saber sobre o observatório flotante da Nasa.

Os instrumentos

A Nasa está apostando em um balão que, quando inflado, terá cerca de 122 metros de largura. Embaixo, uma gôndola abrigará instrumentos como o telescópio de infravermelho longo e um sistema de resfriamento para manter os instrumentos em zero absoluto, a temperatura mais fria que a matéria pode atingir. 

O telescópio é chamado de Asthros, um acrônimo para Telescópio Estratosférico de Astrofísica para Observações em Alta Resolução Espectral em comprimentos de onda submilimétricos, em inglês. Comprimentos de onda de infravermelho longo não podem ser vistos pelo olho humano, mas podem iluminar a densidade e velocidade dos gases em partes do espaço onde as estrelas se formam.

O balão vai pairar “bem abaixo dos limites espaciais”, em uma altitude de cerca de 40 mil metros. A equipe pode controlar o telescópio da Terra e baixar seus dados para análises imediatas, disse o laboratório.

“Lançaremos o Asthros para os confins do espaço da parte mais remota e extrema de nosso planeta”, disse Jose Siles, engenheiro do Laboratório de Propulsão de Jatos e gerente do projeto Asthros. “Se você parar para pensar, é muito desafiador, o que também faz com que seja tão empolgante ao mesmo tempo”. 

Sua missão

As ferramentas sob o balão vão estudar formação de estrelas e um processo chamado de retroalimentação estelar.

Quando supernovas explodem, elas ejetam material de volta para o espaço. Essas explosões podem fazer com que a matéria saia voando e pare a formação estelar, ou causar uma acumulação e acelerar esse processo. Sem a retroalimentação estelar, diz o Laboratório de Propulsão de Jatos, toda a poeira interestelar e gases na Via Láctea teriam se acumulado e se transformado em estrelas. 

“Acho que é sabido que a retroalimentação estelar é o principal regulador da formação de estrelas através da história do universo”, disse Jorge Pineda, principal pesquisador do Asthros. “Simulações computadorizadas da evolução das galáxias ainda não conseguem replicar a realidade do que vemos no cosmos. O mapeamento de nitrogênio que faremos com o Asthros nunca foi feito antes e será estimulante ver como essa informação ajuda a tornar esses modelos mais precisos”. 

Então, para aprender mais sobre o processo, o Asthros vai mirar dois locais na Via Láctea, ambos regiões de formação estelar, onde o instrumento vai criar o que o laboratório diz que é o primeiro mapa impresso em 3D dos gases nessas áreas. Esses mapas vão subsidiar simulações computadorizadas da evolução das galáxias.

Esses locais são Messier 83, uma galáxia a 15 milhões de anos-luz da Terra e uma das mais brilhantes, e TW Hydrae, uma estrela com um disco protoplanetário —feito com poeira e gás onde planetas podem estar se formando. 

Quando o Asthros tiver completado de duas a três voltas ao redor do Pólo Sul em três a quatro semanas, os operadores na Terra irão separar as ferramentas do balão. A gôndola e os instrumentos cairão de paraquedas de volta à Terra, onde poderão ser reusados em futuras missões. 

Os testes do sistema de resfriamento do Asthros começa em agosto, após o lançamento do mais recente veículo de exploração em Marte, o Perseverance.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.

Post Top Ad

Páginas