Nos últimos meses, a Lei Seca passou por algumas mudanças que
tornaram as medidas mais rigorosas em relação à tolerância quanto ao consumo de
bebida alcoólica por motoristas em todo o Brasil. A última delas, foi publicada
ontem pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), no Diário Oficial da União
(DOU). A partir de agora, nenhuma quantidade de álcool será permitida no sangue
do condutor, que poderá ser autuado administrativamente por qualquer
concentração de bebida.
A mudança tem o objetivo de diminuir a imprudência no trânsito,
bem como o número de acidentes provocados por motoristas embriagados. A nova
determinação da Lei Seca está sendo aprovada pela maioria da população.
Para a operadora de telemarketing Fátima Oliveira, medidas
extremas às vezes são necessárias para que as pessoas sejam mais conscientes e
responsáveis. “É cada vez mais necessário conscientizar a população de que
bebida e direção definitivamente não combinam. E já que campanhas educativas não
estão resolvendo, essas medidas mais rigorosas devem resolver os problemas,
fazendo com que os infratores se responsabilizem por seus atos. Creio que 95% da
população concorda que vale a pena pegar pesado com as pessoas que têm esse
hábito”, disse Fátima Oliveira.
A agente de saúde Gicélia Ferreira, acredita que a medida
abrirá os olhos da população sobre os riscos e conseqüências de se dirigir
alcoolizado. “Tem que ser assim, pois com essa rigorosidade pelo menos as
pessoas vão ver que a Lei é válida e está sendo cumprida. Com isso, vão estar
mais atentas e perceber que as medidas tão sérias são para proteger vidas”,
disse Gicélia Ferreira.
Já o aposentado Luiz Alves, mesmo admitindo gostar de cerveja,
admite que a rigorosidade na Lei Seca pode ser a solução definitiva para as
infrações cometidas por condutores embriagados. “Sou totalmente a favor da
rigorosidade cada vez mais intensa na execução das penalidades da Lei Seca, pois
estamos lidando com vidas, e essa medidas vão proteger pessoas que inocentemente
podem morrer devido à imprudência desses motoristas. A Lei deve ser cumprida
dessa forma, pois apesar de gostar muito de cerveja, tenho consciência de que
beber e dirigir não é correto e pode ser muito perigoso”, disse o aposentado
Luiz Alves.
A nova resolução acaba com a margem de tolerância de álcool
permitida para o condutor, que anteriormente podia chegar a um décimo de
miligrama (0,10) por litro de ar, quando o condutor assoprava o bafômetro, e de
no máximo duas decigramas por litro de sangue, no caso de exames.
A partir de agora, se o condutor soprar o bafômetro e o teor
alcoólico for superior a 0,05 miligramas por litro de ar ele será autuado e
responderá por infração gravíssima, conforme estabelece o artigo 165 do Código
de Trânsito Brasileiro (CTB). Já nos exames sangue não será permitida nenhuma
concentração de álcool, por menor que seja. A penalidade para o infrator será
uma multa de R$ 1.915,30, recolhimento da habilitação e a retenção do
veículo.
Apesar da rigorosidade da Lei Seca ser compreendida e bem
aceita pela maioria da população, ainda há os que desacreditam na efetividade
das medidas, como o microempresário Raimundo Oliveira, que acha a medida
injusta. “Eu acho que essa Lei Seca só é válida para a população comum, pois já
cansei de ver filhos de amigos meus, bem sucedidos e que conhecem pessoas
influentes, que são pegos em blitz, ligam pra conhecidos e são liberados.
Infelizmente, só quem se prejudica, são os pobres. A Lei deveria ser cumprida
primeiramente pelas autoridades para depois a população ser cobrada”, disse
Raimundo.
O taxista Fernando Souza é totalmente contrário às novas
medidas e, para ele, educar a população resolveria o problema. “Eu acho um
exagero, pois não há necessidade de tomar medidas tão severas, até porque nem
todo mundo bebe exageradamente. Não precisa ser tão radical, bastava educar a
população. Multar vai ser apenas uma desculpa para repassar mais verba para os
cofres públicos”.
Independente de as pessoas serem contra ou a favor, a Lei Seca
está em vigor e está sendo cumprida com cada vez mais intensidade em suas
fiscalizações. Os resultados positivos são reconhecidos até mesmo por quem já
foi pego nas blitz, como é o caso do microempresário Edvaldo Almeida. “Eu já fui
pego na Lei Seca quando tinha bebido e fui multado, mas concordo plenamente com
essas medidas, pois um veículo nas mãos de uma pessoa embriagada é uma arma que
coloca em risco a vida de outras pessoas. Depois que fui pego, tive a
consciência do quanto isso é errado e arriscado, e acredito que é preciso pesar
no bolso das pessoas para acordarem e perceberem que isso é inaceitável. Talvez,
no futuro, a Lei Seca não seja mais necessária e a população tenha consciência
de que beber e dirigir não é interessante para o cidadão”, afirmou Edvaldo
Almeida.
O Contran também prevê com a nova Lei, que além do bafômetro,
serão admitidos vídeos e outras provas como o depoimento do policial, testes
clínicos, e outros testemunhos, para provar a embriaguez do motorista. Caso o
motorista reincida na mesma infração dentro de um ano, o infrator terá sua
habilitação suspensa por um período de 12 meses, o valor da multa será
duplicado e poderá chegar a R$ 3.830,60.
Fotos: Canindé Santos
Portal JH
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
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Fotógrafo Profissional Potiguar desde 1994, Canindé traz as principais noticias do municipio de Extremoz e adjancencias. Registrando as mais belas paisagens do RN. Atravez do fotojornalismo com transparencia e dinamismo.
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