A jornalista Cláudia Carvalho fez uma análise
contundente sobre a morte de Gerson de Melo, conhecido como “Vaqueirinho”,
ocorrida neste domingo (30), no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em
João Pessoa, ao classificar o caso como resultado direto de falhas estruturais
no sistema de saúde mental e na política de reabilitação social.
Gerson
morreu após escalar um muro de cerca de seis metros, acessar a área interna
da jaula de uma leoa e ser atacado pelo animal. O episódio, que chocou a
Paraíba e o país, foi descrito pela jornalista como algo que “parece roteiro
de filme de terror”, mas que, na verdade, escancarou uma dura realidade.
Segundo
Cláudia, Gerson acumulava 16 passagens pela polícia desde a adolescência,
sendo a mais recente por arremessar uma pedra contra uma viatura da Polícia
Militar, na semana anterior à tragédia. Apesar do histórico, ela reforça
que havia alertas claros sobre sua fragilidade emocional.
Segundo
ela, mesmo após dez passagens pelo sistema socioeducativo e recomendações
formais para acompanhamento em saúde mental, o Estado limitou-se a puni-lo, sem
oferecer o tratamento que ele precisava. Ela ressaltou que o jovem buscou
ajuda, mas encontrou um sistema negligente, incapaz de oferecer atendimento
psiquiátrico eficiente.
De
acordo com a jornalista, Gerson teve dez passagens pelo sistema socioeducativo,
e em todas elas houve recomendação formal para atendimento psiquiátrico. O
Conselho Tutelar também teria feito a mesma orientação por vários anos, sem
que medidas efetivas fossem adotadas.
A
jornalista também questionou a estrutura disponível para atendimento de
saúde mental em João Pessoa, citando como único serviço público de
emergência conhecido o PASME, em Mangabeira. Para ela, há uma grave
deficiência na rede municipal, estadual e também nos hospitais particulares.
Ela
ainda abordou a luta antimanicomial, reconhecendo sua importância, mas
ponderando que, em alguns casos, a internação voluntária ou involuntária é
uma questão de segurança para o próprio paciente.
O
caso de Gerson reacende o debate sobre abandono social, saúde mental e a
ausência de políticas públicas eficazes, reforçando a necessidade urgente
de mudanças para evitar que tragédias semelhantes se repitam.
Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, busque atendimento pelo CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (atendimento 24h, gratuito e sigiloso).
Paulista News/ Via @claudiacarvalhopb



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