Pousada Aconchego

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Vídeo: Jornalista afirma que Estado falhou com jovem morto por leoa: “O estado só pensou em prender Gerson”

Reprodução

 

A jornalista Cláudia Carvalho fez uma análise contundente sobre a morte de Gerson de Melo, conhecido como “Vaqueirinho”, ocorrida neste domingo (30), no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, ao classificar o caso como resultado direto de falhas estruturais no sistema de saúde mental e na política de reabilitação social.

A conselheira tutelar Claudia Carvalho, que acompanhava o jovem conhecido como “Vaqueirinho”, de 19 anos, destacou que as autoridades já indicavam há anos a necessidade de atendimento psiquiátrico para ele. Claudia relatou que acompanhou Gerson de Melo Machado por anos, desde que foi encontrado sozinho em uma rodovia e entregue pela PRF.

Gerson morreu após escalar um muro de cerca de seis metros, acessar a área interna da jaula de uma leoa e ser atacado pelo animal. O episódio, que chocou a Paraíba e o país, foi descrito pela jornalista como algo que “parece roteiro de filme de terror”, mas que, na verdade, escancarou uma dura realidade.

Segundo Cláudia, Gerson acumulava 16 passagens pela polícia desde a adolescência, sendo a mais recente por arremessar uma pedra contra uma viatura da Polícia Militar, na semana anterior à tragédia. Apesar do histórico, ela reforça que havia alertas claros sobre sua fragilidade emocional.

Segundo ela, mesmo após dez passagens pelo sistema socioeducativo e recomendações formais para acompanhamento em saúde mental, o Estado limitou-se a puni-lo, sem oferecer o tratamento que ele precisava. Ela ressaltou que o jovem buscou ajuda, mas encontrou um sistema negligente, incapaz de oferecer atendimento psiquiátrico eficiente.

De acordo com a jornalista, Gerson teve dez passagens pelo sistema socioeducativo, e em todas elas houve recomendação formal para atendimento psiquiátrico. O Conselho Tutelar também teria feito a mesma orientação por vários anos, sem que medidas efetivas fossem adotadas.

A jornalista também questionou a estrutura disponível para atendimento de saúde mental em João Pessoa, citando como único serviço público de emergência conhecido o PASME, em Mangabeira. Para ela, há uma grave deficiência na rede municipal, estadual e também nos hospitais particulares.

Ela ainda abordou a luta antimanicomial, reconhecendo sua importância, mas ponderando que, em alguns casos, a internação voluntária ou involuntária é uma questão de segurança para o próprio paciente.

O caso de Gerson reacende o debate sobre abandono social, saúde mental e a ausência de políticas públicas eficazes, reforçando a necessidade urgente de mudanças para evitar que tragédias semelhantes se repitam.



Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, busque atendimento pelo CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (atendimento 24h, gratuito e sigiloso).

Paulista News/ Via @claudiacarvalhopb

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.

Post Top Ad

Páginas