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quarta-feira, 23 de março de 2022

Estados prorrogam congelamento do ICMS sobre os combustíveis

Preços dos combustíveis voltou a diparar na semana passada, após novo aumento anunciado pela Petrobras e preço médio do litro da gasolina chega a R$ 7,99. Foto: José Aldenir

O Fórum de Governadores decidiu prorrogar por mais 90 dias o congelamento do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) médio que incide sobre gasolina, etanol e gás de cozinha. O anúncio foi feito pelo coordenador do fórum, o governador do Piauí, Wellington Dias, após reunião com governadores, vice-governadores e secretários nesta terça-feira 22, em Brasília. Caso não fosse prorrogado, o congelamento, que está em vigor desde 1º de novembro passado, acabaria no próximo dia 31. A prorrogação começa a valer no dia 1º de abril.

Os governadores debateram ainda a fixação de uma alíquota única para o ICMS de combustíveis, conforme sancionado, na semana passada, pelo presidente Jair Bolsonaro (Lei Complementar 192/22).

O Conselho de Secretários de Fazenda (Comsefaz) deve definir até quinta-feira 24, uma fórmula para a cobrança da alíquota única que deve ser aplicada inicialmente em relação ao óleo diesel. O desafio é encontrar uma média de cálculo que não resulte em aumento do tributo em alguns estados, consequentemente, aumentando o preço do combustível.

Segundo Dias, pelo menos nove estados e o Distrito Federal praticam uma alíquota do ICMS em cima do diesel mais baixa que outros estados. Para evitar o aumento, os secretários estão estudando aplicar um incentivo fiscal para compensar o aumento da alíquota nessas unidades da federação.

“Estamos autorizando o conselho dos secretários de Fazenda nesta quinta-feira a realizar uma reunião do Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária] para ali aprovar uma resolução que possa ser o parâmetro para aplicação da lei nas 27 unidades da federação. Somos favoráveis ao trecho da lei no que diz respeito à criação de um auxílio combustível e ao fundo de estabilidade dos preços dos combustíveis”, disse.

O governador falou ainda que, durante a prorrogação, os secretários procurarão uma fórmula que possa ser aplicada em relação à gasolina.
“Neste período, o Conselho dos Secretários de Fazenda deve tratar especificamente da gasolina. Ainda não conseguimos encontrar uma alternativa para essa pactuação”, acrescentou Dias.

O governador disse ainda que, na reunião, foi decidido que os estados vão entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar um artigo da lei que prevê que, enquanto não for disciplinada a cobrança da incidência do ICMS, o cálculo deverá levar em conta o preço médio do diesel cobrado do consumidor final nos 60 meses anteriores à sua fixação.

Sindipostos RN

Conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos RN), qualquer medida que tenha algum impacto na redução do preço final dos combustíveis ao consumidor tem os aplausos deste, “que sempre defendeu que as revendas, como varejistas que são, sempre irão querer preços mais baixos, porque isso redunda em boas vendas, que é o que todo varejista deseja”.

Redução de IPI

Os governadores debateram ainda a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). A medida, anunciada pelo governo federal, em fevereiro, reduziu o imposto em 25% para boa parte dos produtos.

Dias disse que os governantes enxergam como o governo vem adotando as medidas como uma “ameaça concreta” aos estados e municípios. Na avaliação dos governadores, a medida, além de ferir a autonomia dos estados e o pacto federativo, deve causar forte impacto na arrecadação dos estados.

“Uma medida unilateral como a que foi feita por parte da União é vista, por nós, como a quebra do pacto federativo”, acrescentou Dias, destacando que os estados também devem recorrer ao STF contra a medida.

Cobrança única de ICMS

No último dia 11, o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 11/2020, que prevê a cobrança em uma só vez do ICMS sobre combustíveis (gasolina, etanol anidro, diesel e biodiesel), inclusive importados, foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). O ICMS único também valerá para o gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado do gás natural.

Atualmente, a alíquota é um percentual cobrado em cima do preço final do litro na bomba, que sofre variações do dólar e do preço internacional, onerando ainda mais o valor final cobrado dos consumidores. O PL etermina que a cobrança do ICMS ocorra sobre o preço na refinaria ou no balcão de importação, quando o combustível vier do exterior. Os novos valores, pela proposta, serão definidos por meio do Confaz, que reúne representantes da área econômica de todos os estados e do Distrito Federal.

O diesel é o único combustível que adotaria uma regra de transição emergencial. Segundo essa sistemática, enquanto não for adotada a cobrança única – e correspondente unificação de alíquota – do diesel, o valor de referência para estipulação do tributo será a média móvel dos preços médios praticados ao consumidor final nos 60 meses anteriores a sua fixação.

Na definição das novas alíquotas, deverá ser previsto um intervalo mínimo de 12 meses entre a primeira fixação e o primeiro reajuste dessas alíquotas e de seis meses para os reajustes subsequentes, devendo-se observar o prazo de 90 dias no caso de um novo aumento.

Agora RN

 

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