O Plano de Emergências Vulcânicas das Canárias (Pevolca) não vê, de fato, evidências de que “a dinâmica do processo eruptivo seja estável”, conforme foi divulgado nesta quarta-feira. Por isso, foram mantidas as zonas de exclusão marítima e terrestre e a evacuação dos moradores.
Enquanto isso, a erupção continua aumentando a superfície da ilha. “A língua de lava que alcançou o mar mantém um forte fluxo contínuo em forma de cascata”, disse Blanco. Assim, a desembocadura da lava no que era a praia de El Guirre já se estende a 17,2 hectares, ou seja, o triplo do que havia sido medido 48 horas antes. A superfície tomada do mar pela lava seria suficiente para acomodar quase quatro vezes a praça da Sé, em São Paulo (4,7 hectares). A profundidade da lava vertida no mar já alcança os 24 metros, segundo dados do Plano Especial de Proteção Civil e Atendimento de Emergências por risco vulcânico no Canarias (Pevolca).
Sob a terra, os terremotos prosseguem. “A atividade sísmica continua localizada principalmente próxima de [onde ocorreu nos] primeiros dias, a profundidades maiores de 10 quilômetros. Nas últimas horas houve uma dezena de sismos. O mais forte de todos alcançou uma intensidade 3, com o que pôde ser sentido pela população. Boa parte dos terremotos acontecem no centro eruptivo.
Evolução da lava
A lava avança a dois metros por hora (há poucos dias ia a 700), informou a ministra espanhola da Ciência, Diana Morant, em uma entrevista ao canal de TV Antena 3. Entretanto, a evolução da língua magmática continua indefinida. A saída para o mar acontece pelo mesmo ponto em que o contato inicial ocorreu, no final da noite de quarta-feira, mas não se descarta que venha a seguir um novo curso. “Fazer previsões de longo prazo em um caso como este é difícil”, comentou ela.
O vulcanologista Ramón Casillas, membro do comitê científico do plano de emergências e catedrático da Universidade de La Laguna, considerou, aliás, “um pouco mitológica” a noção de que a lava ficará estável nesse caminho. “Na verdade, não tem por que ser assim. A língua de lava pode correr por outros lugares e deixar esse leito”, afirmou. “É verdade que o principal fluxo está localizado aí, mas há outros pontos onde a língua continua se movendo”, acrescenta.
Por outro lado, as autoridades tentam facilitar na medida do possível a vida dos afetados. Nesta quinta-feira alguns moradores foram autorizados a voltar a suas casas para buscar pertences, mas sempre fora do perímetro de exclusão de 2,5 quilômetros. Do mesmo modo, permite-se o acesso de trabalhadores a propriedades em El Remo, Puerto Naos e Las Hoyas para tarefa de rega e colheita de bananas e abacaxis.
Assista ao vivo no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=jfFj1V7l1YQ
EL PAÍS
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