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domingo, 19 de setembro de 2021

Morre Luis Gustavo, o Seu Vavá de 'Sai de Baixo', aos 87 anos

O ator Luis Gustavo como Heitor Laroche, em "Malhação: Vidas Brasileiras", seu último papel na TV, em 2018 Foto: Marilia Cabral

Morreu neste domingo (19), aos 87 anos, o ator Luis Gustavo, conhecido por personagens televisivos como o seu Vavá de "Sai de baixo". Luis Gustavo tratava um câncer no intestino desde 2018 e faleceu em Itatiba, no interior de São Paulo, onde vivia.

A notícia foi dada pelo ator Cassio Gabus Mendes, sobrinho de Luis Gustavo, no Instagram e publicada pela colunista do GLOBO Patrícia Kogut. "Informo que meu querido Tatá faleceu hoje, vítima de câncer. Descanse na luz e na paz! Obrigado por tudo, meu amado tio", publicou Gabus Mendes. Atores como Cissa Guimarães, Thiago Fragoso, Marcos Palmeira comentaram no post para expressão suas condolências.

Em nota, a TV Globo lamentou a morte do ator e afirmou que "Luis Gustavo Blanco merece um capítulo especial na história da televisão". Em nota, a emissora lembrou o "personagem mais memorável do ator": o atrapalhado detetive Mário Fofoca, da novela "Elas por Elas", de 1982. Luis Gustavo voltaria ao personagem no filme "As Aventuras de Mário Fofoca", também de 1982, e no remake da novela "Ti Ti Ti", de 2010. Luis Gustavo estreou na tela da Globo em 1976, na novela "Anjo Mau". Na trama, o ator interpretou o playboy Ricardo, irmão do protagonista Rodrigo, vivido por José Wilker.

Na Globo, Luis Gustavo atuou em duas dezenas de novelas, como "Duas Vidas" (1977), "Que Rei Sou Eu?" (1989), "O Salvador da Pátria" (1989), "O Beijo do Vampiro" (2002), "Alma Gêmea" (2005), "O Profeta" (2006) e "Joia Rara" (2013). Seu último papel na TV foi Heitor Laroche, o ex-maestro de "Malhação: Vidas Brasileiras", em 2018. Entre 1994-1996, deu vida a Paulo, o pai de quatro meninas no popular seriado "Confissões de Adolescente", exibido na TV Cultura e, posteriormente, na Rede Bandeirantes.

Luis Gustavo ficou conhecido do público por seus papéis cômicos, como o Victor Valentim da primeira versão de "Ti Ti Ti" (1985) e o Seu Vavá, do seriado "Sai de Baixo" (1996-2002). Em entrevista ao portal "Memória Globo", o ator contou que apresentava seus personagens cômicos primeiro para as crianças para conferir se eles eram de fato engraçados. "Eu sempre me dediquei à comédia. Na comédia, as crianças são meus grandes professores: testei meus personagens com elas, se não riam, o personagem não estava pronto. Não há mestre no mundo que se compare a uma aula dessas.", disse. O ator afirmou ainda que, no set de "Sai de Baixo", era difícil segurar o riso: "Todos são comediantes de primeira linha. Foi aquele sucesso! Foram seis anos que senti como se fossem seis dias".

Pioneiro da TV

Filho de um diplomata espanhol, Luis Gustavo Sánchez Blanco nasceu em 2 de fevereiro de 1934 em Gotemburgo, na Suécia, e veio para o Brasil ainda criança. Na pré-adolescência, acompanhava a irmã mais velha, a atriz Helenita Sanchez, à Rádio Tupi Difusora. Lá, conheceu Lima Duarte, à época um jovem sonoplasta, e começou a se interessar pela atuação. Quando a TV Tupi estreou, em 1950, seu cunhado Cassiano Gabus Mendes, diretor artístico da emissora, convidou-o para ocupar uma vaga de caboman.

Rapidamente, o rapaz se tornou assistente de direção de vários programas da TV Tupi. Estreou em frente as câmeras num episódio do teletratro "TV de Vanguarda", em 1953. O ator Walter Avancini adoecera e Luis Gustavo foi escalado para substituí-lo. Em 1964, ainda na Tupi, fez sua primeira novela "Se o mar contasse". Também atuou em "O sorriso de Helena (1964), "O direito de nascer" (1964) e "O amor tem cara de mulher" (1966).

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Em 1968, Luis Gustavo revolucionou a linguagem das telenovelas ao estrelar "Beto Rockefeller", na TV Tupi. O ator deu vida ao papel-título, um vendedor de sapatos bom de lábia que tirava vantagem em tudo. "Beto Rockfeller" trouxe temáticas urbanas para as novelas e, à época, influenciou toda a produção nacional. A novela também foi pioneira das ações de merchandising, muitas delas realizadas pelo próprio Luis Gustavo. Em 1969, o ator reprisou o papel no filme de Olivier Perroy. Em 1970, a novela foi parodiada no filme "Betão Roncaferro", de Amácio Mazzaropi.

Paralelamente à carreira na televisão, Luis Gustavo se dedicou ao teatro. Em 1967, ganhou um prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por sua atuação em "Quando as máquinas param", de Plínio Marcos. Nos palcos, teve uma colaboração frutífera com o ator Juca Ferreira e atuou em duas comédias: "Baixa Sociedade" e Meno Male".

O corpo de Luis Gustavo será cremado em uma cerimônia reservada à família, na tarde deste domingo. Não haverá velório. O ator deixa a mulher, Cris Botelho, os filhos Luis Gustavo Vidal Blanco (com Heloísa Vidal) e Jéssica Vignolli Blanco (com Desireé Vignolli), a neta Marina Hoagland Blanco Buzzone e os sobrinhos Tato e Cássio Gabus Mendes.

O GLOBO

 

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