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terça-feira, 10 de agosto de 2021

Em entrevista à TV Tropical, reformado policial comenta atentado que vitimou a filha de 4 anos; assista

Foto: Reprodução / TV Tropical


 Um dia após sepultar a filha, o policial militar reformado Wendel Fagner Cortez de Almeida concedeu entrevista exclusiva, nesta terça-feira (10), à TV Tropical. Durante a conversa para o Balanço Geral RN, ele relatou, com detalhes, o que aconteceu no último domingo (8), dia em que a pequena Laura, de apenas 4 anos, foi assassinada a tiros.

Emocionado, Wendel narrou as cenas de horror que viveu na data em que comemorava o Dia dos Pais com suas duas filhas. “Eu havia combinado de buscá-las para almoçarmos juntos. Perto do meio dia, fui até a casa da mãe delas, de quem sou separado, peguei elas e seguimos, de carro, para a casa da minha mãe. Queria que a avó visse as meninas. Quando cheguei, ficamos na calçada esperando o portão abrir. As meninas perto de mim e eu de costas para rua batendo no portão. Os homens chegaram, em um celta vermelho. Só ouvi a minha filha mais velha gritar: “Pai, atirar na gente”. Quando eu olhei, já vinha os tiros. Laurinha já estava caída no chão e os vidros dos carros quebrados. Eu me abriguei com elas. E eles saíram correndo. Laurinha estava no chão, deitada… ”

Wendel conta que pegou a filha mais nova nos braços, colocou no carro e saiu em disparada para o Hospital Santa Catarina, na zona norte de Natal. O crime aconteceu na mesma região, no bairro Gramoré. “Coloquei-a no banco do meu carro, já com o rosto apagado. Saí ajuda, ajuda e pede socorro nos grupos da PM a alguns amigos meus. Em dado momento, ela escorregou para o piso do carro e eu a puxei pelo braço e a coloquei no meu ombro. Eu gritava, mas não sabia que, àquela altura, ela já estava morta. Porque o tiro foi no peito. Cheguei ao hospital, coloquei ela na sala de atendimento e saí porque sabia que não tinha mais vida ali ”. 

Após a morte da filha, o policial diz ter certeza de que o verdadeiro alvo dos atiradores seria ele mesmo. “Eu tenho certeza que eles recebem para me matar. Só que predicado com a intenção de matar a família também. Porque no momento dos tiros eu estava com elas. Eles colaram me matar, mas, na cabeça dele, eles também matariam quem estava comigo. ” 

Agora, o policial pede Justiça: “Eram três. Um deles estava encapuzado com arma longa e os outros dois, com armas menores, estavam sem capuz. Eu reconhecê-los. Eles até cair no chão uma arma. Eles estavam com tanto medo, não de mim, mas de Deus, que saíram correndo ”. Durante uma entrevista ao vivo, Wendel chegou a mostrar a foto de dois dos suspeitos e a citar o nome deles. “Eu quero dizer a vocês dois: não serão pelas minhas mãos que vocês vão morrer e espero que pela mão de ninguém. Vocês estão perdoados por mim, sem nenhuma covardia ”. E complementa: “Eu sei que tudo será resolvido. Se entreguem, porque onde vocês usam, vocês serão presos. A gente vai achar vocês ”, garante. 

O soldado reformado também criticou a Segurança Pública do Estado. “Desde que sou policial, o Estado nunca falou nada sobre os policiais que morrem. Não seria esse comandante, não seria o secretário de segurança, não seria o gabinete da PM que iria falar para um homem como eu, que fui perseguido dentro da própria corporação ”. E acrescentou: “Eu quero Justiça não só por Laurinha, mas por todas as pessoas que já perderam ou que podem vir a perder alguém querido. Quero que o Estado se empenhe do mesmo jeito que se empenha quando é por alguém importante ”, cobra ou PM. 

Portal da Tropical

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