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sexta-feira, 14 de junho de 2019

OCEÂNICA RETIRA MAIS DE UMA TONELADA DE LIXO NA PRAIA DE BÚZIOS NO DIA DO OCEANO


Desde o segundo semestre de 2018 em todo litoral do nordeste foram encontradas centenas de misteriosos fardos como esse da foto. Há registros em pelo menos oito dos nove estados do Nordeste (RN, AL, PE, PI, MA, CE, SE e PB), porém ainda não se tem certeza sobre o responsável, nem sobre a composição do material. Apesar de já existirem dois laudos de laboratório, um de Alagoas e outro da Paraíba, apontando a composição derivada de petróleo e de látex natural.

O material chega nas praias através do mar. “É válido ressaltar que a borracha derivada de petróleo tem muitas substâncias tóxicas e podem bioacumular em animais, passando pela cadeia trófica. A fragmentação dessa borracha pode ser tóxica a humanos e outras espécies em médio e longo prazo”, nos revela Mauro Lima, técnico da  Oceânica. A Oceânica já registrou a ocorrência de pelo menos 30 fardos como esse nas praias de Pirangi do Sul até Malembá.

Em São Miguel do Gostoso, Maxaranguape, Natal, Nísia Floresta, Tibau do Sul e Baía Formosa também há registros desses fardos na praia, porém não há ainda nenhum levantamento nem providências tomada para descarte adequado desse material. Grande e pesado, o fardo lamentavelmente já motivou até acidente com vítimas fatais.

O trânsito irregular de veículos na praia bem como o acúmulo e descarte inadequado do lixo, são temas que precisam ser debatidos à medida que cresce a ocupação urbana das praias. As instituições públicas de defesa do meio ambiente nas esferas municipal, estadual e federal precisam realizar esforços para fiscalizar, recolher e destinar corretamente esses materiais (muitas vezes internacional) que chegam ao território brasileiro através do mar.

Outros estados do nordeste já tomaram algumas providências para o descarte do material, com o IBAMA notificando os municípios litorâneos para retirar e acondicionar os fardos até decidir qual será a melhor destinação. “É importante que cada pessoa que encontrar esses materiais na praia, ligue para o IBAMA e deixe registrado a ocorrência desse material. Com as denúncias o órgão será provocado a tomar providências. É importante deixar registrado denúncias não só no IBAMA, mas no IDEMA e secretarias de limpeza urbana dos municípios. Esses registros são fundamentais para comprovar que foram acionados a prestar esclarecimento e tomar providência. A população precisa trabalhar em conjunto com as instâncias públicas para solucionar esse tipo de problema ambiental que chega às praias pelo mar”, revela Mauro.

A Oceânica, organização não governamental, que atua na região está mobilizando. “Em dezembro de 2018 recolhemos 2 fardos na praia de Búzios e entregamos ao IBAMA. Até hoje não tivemos retorno sobre análise da composição, ou atuação de retirada das praias. Neste ano colocamos oficialmente em pauta o problema no Conselho Gestor da APA Bonfim Guaraíra, já que haviam chegado mais 4 fardos em Búzios. A APA envolve as praias dos municípios de Nísia Floresta, Senador Georgino Avelino e Tibau do Sul. O Gestor da APA Bonfim Guaraíra, ficou de encaminhar ofício a gestão municipal de Nísia Floresta para retirada. Há cerca de 10-15 dias a equipe de monitoramento da praia nos avisou que haviam chegado mais 10 fardos”, relata Lígia Rocha, Coordenadora do projeto Ponta de Pirangi.  

No último sábado, em comemoração ao Dia Mundial do Oceano (08/06), a Oceânica  promoveu além de uma programação educativa e cultural, uma ação de limpeza de praia, onde as equipes dos Projetos Ponta de Pirangi e Mar Limpo retiraram então 16 fardos da linha d'água ao longo de Búzios. Todos ficaram concentrados no local do evento, próximo a torre dos guarda-vidas, em frente ao BigBlue.

“Solicitamos apoio à gestão municipal de Nísia Floresta para retirada de todos os fardos da praia. Considerando que eles pesam em torno de 80 a 100 kg, e durante o evento os voluntários do mutirão de limpeza de praia coletaram outros 100 kg de resíduos da praia neste sábado somando mais de uma tonelada!”, nos revela Ligia. “Cabe a gestão pública (municípios, estado e IBAMA) decidir como enfrentar o problema, já que os fardos continuam chegando, são potencial risco de contaminação e agora de segurança pública”. conclui a gestora.

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