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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Greve da Saúde reduz capacidade de salas cirúrgicas em 40% no Walfredo

José Aldenir / Agora RN
 
 
A greve dos servidores da Saúde estadual, iniciada em 5 de fevereiro, reduziu em 40% a capacidade de serviços das salas cirúrgicas do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar pública do Rio Grande do Norte.
Segundo dados do Walfredo Gurgel, das cinco salas cirúrgicas apenas duas estão funcionando hoje. “Se tivermos um acidente grave com múltiplas vítimas, nós só teremos duas salas funcionando, pois não há equipe suficiente para o atendimento”, lamenta Luciana Paula Campos, diretora de Enfermagem da unidade hospitalar.
Os servidores grevistas exigem o pagamento dos débitos salariais deixados pelo governo Robinson Faria (PSD). Além dos salários atrasados de dezembro de 2018 e do 13º de 2018, uma parte dos servidores aposentados da Saúde não receberam o salário de novembro e o 13º de 2017.
Desde o início movimento paradista, apenas 30% do efetivo dos servidores está prestando serviço nas unidades atendimento da rede estadual de Saúde. No Hospital Walfredo Gurgel, por ser o maior nosocômio público do Estado, cerca de 50% dos servidores estão trabalhando na unidade.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), não foram agendadas novas rodadas de negociação com o Sindicato Estadual dos Servidores em Saúde (Sindsaúde). Nesta quinta-feira, 27, o titular da pasta, Cipriano, irá até Caicó para uma reunião sobre regionalização da saúde.
Com relação ao caso de suspensão de serviços de exames laboratoriais para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que foi alvo de reportagens do jornal Agora RN, a diretora administrativa do Hospital Walfredo Gurgel, Luzicínia Costa, informou que o caso está sendo solucionado. Parte das atividades foram suspensas no último dia 5 em razão da greve dos servidores e da falta de insumos para o serviço.
“Estamos tentando alcançar a normalidade. Com a mudança do governo, os processos de compra estão sofrendo adequação, e isso faz com que o tempo de aquisição de insumos fique mais longo”, detalhou Luzicínia Costa.
Ela ressaltou que a crise na UTI do Walfredo Gurgel foi resolvida. Uma das razões foi a mudança no sistema de regulação dos atendimentos, que desafogou a unidade hospitalar ao longo dos últimos dias. “Os pacientes da UTI estão, sim, com os exames realizados. Os pacientes da UTI têm uma periodicidade maior de exames. Aconteceu que os exames que seriam realizados diariamente passaram a ser feitos a cada dois dias”, explicou.
Uma das grandes pressões sobre o hospital era o do grande número de pacientes com problemas vasculares, principalmente nos casos que envolviam diabetes. “Em 4 fevereiro foi implantado um novo fluxo de pacientes. Os atendimentos vasculares deixaram de ser feitos no Walfredo Gurgel. Com isso, nós tivemos uma redução significante do número de pacientes, e não temos, hoje, problema de corredores lotados. Estamos com os corredores vazios. Os pacientes estão com uma condição digna”, complementa Luciana Costa. Os casos vasculares de maior gravidade são regulados e encaminhados para internação no Hospital Estadual Ruy Pereira.
Custos
A diretora administrativa do Hospital Walfredo Gurgel, Luzicínia Costa, lamenta que a unidade hospital trabalha, atualmente, com um déficit de R$ 10 milhões. Segundo ela, o hospital teria de contar com R$ 50 milhões para o funcionamento ideal, mas só obteve R$ 40 milhões em 2018. A situação deverá se repetir em 2019. “Os recursos são aquém às necessidades do hospital, mas a gente tenta administrar da melhor forma possível. Os recursos do governo federal e do Estado ficaram restritos em razão da crise financeira”, diz ela.
Ela também rechaçou críticas feitas pelo vereador de Natal, Cícero Martins (PSL), que insinuou, em pronunciamento na Câmara, que o Walfredo Gurgel tem contratos superfaturados. “Todos os nossos contratos passam pelos órgãos de controle do Estado. Não houve qualquer indício de irregularidade. Se ele [Cícero Martins] está fazendo esta acusação, ele nos aponte quais são os contratos irregulares, para que possamos fazer uma investigação em cima destes contratos”, respondeu.
Para reduzir gastos e economizar recursos, a unidade hospital iniciou o serviço de análise dos contratos. “A ideia é que possamos contribuir com o Governo do Estado”, encerrou.

Agora RN

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