Para ex-secretário de Turismo de Natal e de Extremoz, destino não pode se limitar a sol e mar

Empresário Fernando Bezerril

Quatro vezes secretário de Turismo de Natal, uma vez de Extremoz e diretor da Emprotur na gestão Geraldo Melo, 30 anos atrás, o empresário Fernando Bezerril lamentou nesta segunda-feira, 26, que os principais atrativos do Rio Grande do Norte para o turismo sejam, numa proporção tão elevada, o sol e praia (94,1%) e em proporções tão pequenas a cultura local (5,7%) e culinária (4,8%).

Os dados estão no levantamento divulgado neste final de semana pelo Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), ligado à Federação do Comércio, Bens e Turismo (Fecomércio) do Rio Grande do Norte.

Para Bezerril, as informações contidas no relatório anual mostram que Natal segue um destino caro (só 2,5% buscam a cidade por uma questão preço) e a permanência média por aqui tenha aumentado apenas dois dias na comparação com o passado recente, quando oscilava entre cinco a sete dias e hoje é de nove dias.

Segundo, o ex-secretário, “é triste ver como a falta de investimentos e a crescente insegurança nos acomodaram à condição de um destino ancorado quase que exclusivamente no sol e no mar, quando poderíamos explorar muito mais a cultura, a gastronomia e os eventos de negócio, que sabidamente são os que produzem mais rentabilidade econômica para o setor”.

Sobre a frequência de paulistas no RN – mostrada pela pesquisa Fecomércio (23,5%) -, Bezerril comentou que essa preferência nunca mudou. “Paulista sempre foi apaixonado pelo Rio Grande do Norte”, observou.

Mais agora, que a absoluta maioria dos que buscam destinos como Natal, Pipa e outros destinos secundários (71,2%) são brasileiros. Depois, vêm os argentinos (25,9%); paraguaios (0,7%); uruguaios (0,6%) e italianos (0,5%).

Entre os brasileiros, depois dos paulistas, os que mais aparecem por aqui são dos Distrito Federal (13,7%); Rio de Janeiro (11,9%) e Minas Gerais (10,2%).

Dos ouvidos pela pesquisa da Fecomércio, 62,9% chegaram dispostos a visitar outras cidades, como Tibau do Sul (62,9%); Extremoz (30%); Parnamirim (13,2%) e Maxaranguape (8,3%).

A coleta de dados foi realizada entre os dias 17 e 29 de janeiro deste ano com 841 turistas, na maioria jovens adultos com idade entre 18 a 34 anos (34,4%), majoritariamente na faixa etária entre 35 a 44 anos (30,9%).